Livros. O que estás lendo? O que recomendas? O que deveria ser queimado?

Tópico para recomendações de livros.

O que vocês estão lendo? O que já leram e querem recomendar? O que é ruim e devemos passar longe?

Começo contribuindo com um texto do Paulo Francis, que mesmo sendo radical, pode render boas pesquisas e leituras.

Um guia para ter cultura
Uma bibliografia básica para quem quer compreender a aventura da humanidade

Pedem minha ficha acadêmica para jovens vestibulandos...Não tenho. Tentei um mestrado na Universidade Columbia em Nova York 1954, mas desisti, aconselhado pelo professor-catedrático Eric Bentley. Achou que eu perdia o meu tempo. Li toda a literatura relevante, de Ésquilo a Beckett, e sabia praticamente de cor a Poética de Aristóteles. Em alguns meses se lê tudo que há de importante em teatro. Li e reli anos a fio.

Mas, sem o doutorado ou nem sequer mestrado, me proponho fazer algumas indicações aos jovens, que, no meu tempo, seriam supérfluas, mas que, hoje, talvez tenham o sabor de novidade. Falo de se obter cultura geral. É fácil.

Educação era a transmissão de um acúmulo de conhecimentos. Hoje, é uma adulação da juventude, que supostamente deve fazer o que bem entende, estar na sua, como dizem, e o resultado é que os reitores de universidades sugerem que não haja mais nota mínima de admissão, que se deixe entrar quem tiver nota menos baixa. Deve haver exceções, caso contrário o mundo civilizado acabaria, mas a crise é real, denunciada por gente como o príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, e por intelectuais como Alan Bloom, que consideram a universidade perdida nos EUA. No Brasil, houve a Reforma Passarinho nos anos 60. A ditadura militar tinha o mesmo vício da esquerda. Queria ser popular. Era populista. Quis facilitar o acesso universitário ao povo, como resa o catecismo populista. Ameaça generalizar o analfabetismo.

Não há alternativa à leitura. Me proponho apontar alguns livros essenciais ao jovem, um programa mínimo mesmo, mas que, se cumprido, aumentará dramaticamente a compreensão do estudante do mundo em que está vivendo.

Começando pelo Brasil, é indispensável a leitura de Os Sertões, de Euclides da Cunha. É curto e não é modelo de estilo. Euclides escreve como Jânio Quadros fala. É cara do far-te-ei, a forma oblíqua de que Jânio se gaba. Mas o livro é de gênio. Nos dá a realidade do sertão, que é, para efeitos práticos, o Brasil quase todo, tirando o Sul; a realidade do sertanejo, e do nosso atraso como civilização, como cultura, como organização do Estado. Euclides mostra o choque central entre o Brasil que descende da Europa e o Brasil tropicalista, nativo, selvagem. Euclides apresenta argumentos hoje superados sobre a superioridade da Europa, mas nem por isso deixa de estar certo. Tudo bem ter simpatia pelo índio e o sertanejo, o matuto, mas nosso destino é ser, à brasileira, à nossa moda, um país moderno nos moldes da civilização européia. Euclides começou o livro para destruir Antônio Conselheiro e a Revolta de Canudos, mas se deixou emocionar pela coragem e persistência dos revoltosos e terminou escrevendo um grande épico, em prosa, que o poeta americano Robert Lowell, que só leu a tradução, considera superior a Guerra e Paz, de Tolstoi.
Mas o importante para o jovem é essa escolha entre o primitivo irredentista dos Canudos e a civilização moderna, porque é o que terá de enfrentar no cotidiano brasileiro. É o nosso drama irresolvido.

Leia algum dos grandes romances de Machado de Assis. O mais brilhante é Memórias Póstumas de Brás Cubas. Para estilo, é o que se deve emular. O coloquialismo melodioso e fluente de Machado. É um grande divertimento esse livro. Eu recomendaria ainda para os que tem dificuldade de manejar a lingua O Memorial de Aires. É o livro mais bem escrito em português que há.

Os gregos são um dos nossos berços. Representam a luz e a doçura, na frase de um educador inglês, Mathew Arnold (também poeta e crítico). Arnold falava contra a tradição judaico-cristã, dominante na nossa cultura, na nossa vida, a da Bíblia e do Novo Testamento, que predominaram no mundo ocidental desde o século 5 da Era Cristã, quando o imperador romano Constantino se converteu ao cristianismo. Estudos gregos sérios só começaram no século 19, quando se tornaram currículo universitário, porque antes os padres e pastores não deixavam.
Mas leia originais. Escolhi quatro. Depois de se informar sobre Platão na enciclopédia do seu gosto, se deve ler A Apologia, que é a explicação de Sócrates a seus críticos, quando foi condenado à morte, e Simpósio, um diálogo de Platão. Platão não confiava na palavra escrita. Dizia que era morta. Preferia a forma de diálogo.
Na Apologia se discute o que é mais importante na vida intelectual. A liberdade de ter opiniões contra as ortodoxias do dia. Ajudará o estudante a pensar por si próprio e ter a coragem de suas convicções.
Depois, o delicioso Simpósio. É uma discussão sobre o amor, tudo que você precisa saber sobre o amor sensual, o altruístico, o que chamam de platônico, é o amor centrado na sabedoria.
Platão colocou, à parte Sócrates, seu ídolo, no Diálogo, Aristófanes, o grande gozador de Sócrates. Na boca de Aristófanes põe uma de suas idéias mais originais. Que o ser humano era hermafrodita, parte homem parte mulher, e que cada pessoa, depois da separação, procura recuperar sua parte perdida, e daí a predestinação da mulher certa para um homem e do homem certo para uma mulher.

Imprescindível também ler As Vidas, de Plutarco, o grande biógrafo da Antiguidade. Ficamos sabendo como eram os grandes nomes em carne e osso, de Alexandre, paranóico, a Júlio Cesar, contido, a Antônio e Cleópatra. Shakespeare baseou grande parte de suas peças em Plutarco e leu em tradução inglesa, porque Shakespeare, como nós, não sabia latim ou grego. E, finalmente, como história, leia A Guerra do Peloponeso, de Tucídides. É sobre a guerra entre Atenas, Esparta, Corinto e outras, durante 27 anos, no século 5 antes de Cristo. Lendo sobre Péricles, o líder ateniense, Cléon, o führer espartano, e Alcebíades, o belo, jovem e traiçoeiro Alcebiades, nunca mais nos surpreenderemos com qualquer ato de político em nossos dias. É o maior livro de história já escrito. Sempre atual.

Da Roma original basta ler Os Doze Césares, de Suetônio, e Declínio e Queda do Império Romano, de Gibbon. Mais um banho de natureza humana.

Meu conhecimento científico é quase nenhum. Mas lí, claro, a Lógica da Pesquisa Científica, de Karl Popper, quando entendi o que esses cabras querem. Para quem quer um começo apenas, recomendo o prefácio do Novum Organum, de Francis Bacon, que quer dizer, o título, novo instrumento, e Bacon explica o método científico e o que objetiva a ciência. E para complementá-lo leia o prefácio dos Os Princípios Matemáticos da Filosofia Natural, de Isaac Newton, e o prefácio de Bertrand Russell e Alfred North Whitehead de seus Principios da Matemática. Também vale a pena ler a História da Filosofia Ocidental, de Bertrand Russell, e o capítulo sobre Positivismo Lógico, que é a filosofia calcada no conhecimento científico. Em resumo, tudo que pode ser provado lógica e matematicamente, é filosofia.O resto não é. Acho isso perfeitamente aceitável. Dispenso o resto.

É nas artes que está a sabedoria. Como viver bem sem ler Hamlet, de Shakespeare? Está tudo lá em linguagem incomparável, é de uma clareza exemplar, tudo que nós já sentimos, viremos a sentir, ou possamos sentir.
Preferi citar junto com Shakespeare uma peça grega, que considero vital: Antígona, de Sófocles. Há uma tradução de Antígona, em verso, por Guilherme de Almeida, que Cacilda Becker representou no Teatro Brasileiro de Comédia.
Antígona é o que há de melhor na mulher. É a jovem princesa cujos irmãos morreram em rebelião contra o tio, o rei Creon, e ela quer enterrá-los, porque na religião grega espíritos não descansam enquanto os corpos não são enterrados. Creon não quer que sejam enterrados, como advertência pública a subversivos. Antígona desafia Creon. Ele manda matá-la. Ela morre. Seu noivo se suicida. É o filho de Creon, que enlouquece. Parece um dramalhão, mas não é. É a alma feminina devassada em toda sua possibilidade fraterna. Hegel achava que Antígona era o choque de dois direitos, o direito individual e o direito do Estado. E assim definiu a tragédia.

A melhor história de Roma é a de Theodore Mommsem. A melhor história da Renascença é a de Jacob Buckhardt. Tudo que você precisa saber.
E aprenda com um dos mais famosos autodidatas, Bernard Shaw (o outro é Trotski). Leia todos os prefácios das peças dele. São uma história universal. Um estalo de Vieira na nossa cabeça. Em um dia você lê todos. Anotando, uma semana. Também vale a pena ler a Pequena História do Mundo, de H.G.Wells, superada em muitos sentidos, mas insuperável como literatura.

Passo tranquilo pelo Iluminismo. Foi tão incorporado a nossa vida, que não é necessário ler Voltaire ou Diderot. Os livros de Peter Gay sobre o Iluminismo são excelentes. Dizem tudo que se precisa saber. Se se quer saber mesmo o que foi o cristianismo, a obra insuperada e As Confissões de Santo Agostinho, uma das grandes autobiografias, à parte a questão religiosa.

Não é preciso ler A Origem das Espécies, de Darwin, mas é um prazer ler Viagens de um Naturalista ao redor do Mundo, as aventuras de Darwin como botânico e zoólogo, a bordo do navio inglês Beagle, nos anos 1830, pela América do Sul, com páginas inesquecíveis sobre Argentina, Brasil e Galápagos, que está até hoje como Darwin encontrou (e o Brasil e Argentina, na sua alma?)

Houve três grandes revoluções no mundo, a americana, a francesa e a russa. A literatura não poderia ser mais copiosa. Mas basta ler, por exemplo, Cidadãos, de Simon Schama, para se ter um relato esplêndido da revolução interrompida, 1789-1794, na França, e concluir com o livro de Edmund Wilson, Rumo à Estação Finlândia. Schama é conservador, Wilson não era, quando escreveu, fazia fé, ainda na década de 30, como tanta gente, na Revolução Russa. Mas a esta altura, e mesmo antes de ele morrer, em 1972, é fácil notar que a Revolução Russa não teve o Terror interrompido, como a Francesa, mas continuou até Gorbachev revelar o seu imenso fracasso.
O melhor livro sobre a Revolução Francesa é História da Revolução em França, de Edmund Burke, de 1790, que previu o Terror de Robespierre e Saint-Just. Se o estudante quer um livro a favor da Revolução Francesa, leia, o título é o de sempre, o de Gaetano Salvemini. A favor da russa a de Sukhanov, que a Oxford University Press resumiu num volume, ou A Revolução Russa, de Trotski, um clássico revolucionário. Mas os fatos falam mais alto que o brilho literário de Trotski.
Sobre a Revolução Americana não conheço livro bom algum traduzido, mas por tamanho e qualidade, um volume só, sugiro a da editora Longman, A History of the United States of America, do jovem historiador inglês Hugh Brogan, 749 págs, apenas, quando comprei custava US$ 25. Tem tudo que é importante.

Em economia, a Abril publicou 50 volumes dos principais economistas. Eu não perderia tempo. Têm tanta relação com a nossa vida como tiveram Zélia e a criançada assessora. Mas há o Dicionário de Economia, também da Abril. Quando tascarem o jargão, você consulta para saber, ao menos, o que significa a embromação. Economia se resume na frase do português: quem não tem competência não se estabelece.

Dos romances do século 19, Guerra e Paz, de Tolstoi, e Crime e Castigo, de Dostoiewski, me parecem absolutamente indispensáveis. Guerra e Paz porque é o retrato completo de uma sociedade como uma grande familia, porque rimos e choramos sem parar, porque contém um mundo e as inquietações do protagonista, Pierre Bezhukov, que até hoje não foram respondidas. Crime e Castigo, porque exemplifica toda a filosofia de Nietzsche de uma maneira acessível e profundamente dramática, de como o cérebro humano é capaz de racionalizar qualquer crime, que tudo é relativo, em suma, a pessoa que pensa e age, como Raskolnikoff, o protagonista. Vale tudo. Dostoiewski, para nos impedir de aniquilar uns aos outros, acrescenta que não se pode viver sem piedade.

Dos modernos, Proust é maravilhoso, mas penoso, Joyce é desnecessário, mas vale a pena ler as obras-primas de Thomas Mann, A Montanha Mágica, para saber o que foi discutido filosoficamente neste século, e Dr Fausto, que leva o relativismo niilista que domina a cultura moderna e de que precisamos nos livrar, se vamos sobreviver culturalmente, como civilização, e não como meros consumidores, num nível abjeto de satisfação animal.

Há muitas obras que me encantaram e não estou, de forma alguma, excluindo autores ou quaisquer livros. A lista que fiz me parece o básico. Em algumas semanas, duas horas por dia, se lê tudo. Duvido que se ensine qualquer coisa de semelhante nas nossas universidades. Se eu estiver enganado, dou com muito prazer a mão à palmatória.

Por Paulo Francis, para o jornal - OESP - 30/05/91

Vou começar pelo pior....

Quiemen qlqr coisa do Paulo Coelho.... Por favor... e de preferencia o queimem junto em cima da fogueira com seus livros....

Agora vamaos para parte realmente construtiva desse post...
Bem, eu leio demais... exageradamente o que as vzs segundo amigos meus, atrapalha minha vida social...hgehehehe

La vão algumas coisas boas a serem lidas....

Deus um Delirio - Richard Dawkins - Companhia das Letras
Eu não sou biologa e não não tenho nada relacionado a area medica mas ese livro e muito bom... Dawkins faz uma analise maliciosa e inteligente q nos leva a ter certeza q Deus não exsite (para aqueles q tinha duvidas) e questionar bastante sua existencia (para aqueles q acreditavam piamente...). Um tom ironico marca o livro que faz analise biologica, historicas e filosoficas sobre a exsitencia de Deus...
Excelente livro! Li e recomendo!!!!!

A Divina Comédia - Dante Alighieri
Quem não leu esse clássico leia imediatamente... Imprencidivel para vc entender política, religião e sociedade da Antiguidade Tardia... Além disso vc viaja tentando imaginar como seria passar milhars de ano num purgatorio junto com Virgilio. Brilhante!!!!

A Revolução dos Bichos - George Owell
Inteligente e ironico... Fazendo anlaises sutis que acabam explicando o amago da sociedade... Voce se diverte e acaba aprendendo tbm... Um livro q apesar de pequeno acrescenta muito conhecimentos a nossos cerebros afoitos....hehe

Uma brincadeira em relação a traduções, é que os tradutores do Paulo Coelho devem ser geniais!

Não entendo como existem milhões de pessoas no exterior, entre elas caras que eu admiro, caras inteligentes, pessoas que entendem de literatura, pessoas que trabalham com artes, que acham o Paulo Coelho um dos melhores escritores do mundo.

Só pode ser a tradução!

Realmente...deve fazer milagres... Q tal comprar um exemplar em ingles hein???

Se bem q não teria coragem...hehehehe

Queimem a literatura brasileira de uma vez. Tem tão pouca coisa boa (apesar de ótima) no meio de tanto lixo que nem vale a pena ficar separando.

Heh. Estou querendo comprar exemplares em Espanhol, e tentar fazer um comparativo para quem sabe, uma matéria. Estou com esta idéia desde que o Jodorowsky rasgou seda tremenda para o Paulo Coelho. Não sei se ele leu do Espanhol, afinal, é 50% de chances, já que ele fala Espanhol e Francês apenas, pelo que sei.

Das suas recomendações, por acaso você participa do clube dos que acham A Revolução dos Bichos melhor que 1984? Que eu acho, e como são raros estes, fico empolgado em achar outros do mesmo clube...

Zaa escreveu:

Queimem a literatura brasileira de uma vez. Tem tão pouca coisa boa (apesar de ótima) no meio de tanto lixo que nem vale a pena ficar separando.

Cara, claro que não. A gente tem coisas excelentes, eu diria, que em nível beeeeeeem maior do que as porcarias. Só que é o caso da má divulgação. Se fala de alguns clássicos, e fica nisso. Daí as porcarias dominam, e como fazem sucesso lá fora, tipo o Paulo Coelho, se cria este mito. Procure melhor que você vai achar livros do caralho.

Uma recomendação nacional então, e que poucos conhecem.

Clube dos Corações Solitários
André Takeda

O personagem principal, Spit, é um jornalista com seus 20 e poucos anos que tomou o maior fora da namorada. Deprimido, por considerá-la a mulher da sua vida, Spit já não consegue mais trabalhar direito no jornal em que está empregado. Deixa a família preocupada. Toma porres homéricos e faz de tudo para tirar Luísa da cabeça. Para sua sorte, conta com quatro grandes amigos que o levam para um verão inesquecível, quando a banda deles sai em turnê pelo litoral. E é o início deste verão que marca uma mudança importante na narrativa. Em meio à música e à bebedeira, Spit se apaixona de novo e esquece Luísa. A partir de então, o livro engata em uma série de acontecimentos que prendem o leitor. Os personagens mudam, Spit passa a arriscar mais em sua vida e reserva boas surpresas aos leitores.

---

Livro ótimo, com inspirações de Nick Hornby e de contos da vida real de Porto Alegre.

Se alguém se interessar, como tenho duas cópias do livro, posso enviar uma de graça.
Tá a fim Zaa? Se curtires, te dou outras indicações para você ter vergonha de seu último post.

hehehe...Prefiro sim!!! hehehehhe... Gosto muito desses livro... E olha q nem sou fanatica pelo Owell como alguns colegas meus...hehe

Qnto a ideia do Paulo Coleho...me desculpe mas não rola...eu tenho amor aos meus neuronios...hehehe

E Zaa...por favor não fale isso... Literatura Nacional e boa sim... Eu não leio muita literatura, leio mais livros academicos logo não posso fazer uma argumentação de cadeira...mas dizer q literuta brasileira deve ser queimada... Não fale isso nem de brincadeira...

O que seria de Machado de Assis, José de Alencar e tantos outros...
Erico Veríssimo eu adoro...
Não pense assim...o que falta ara a literatura nacional e divulgação!

|Fly| escreveu:

Zaa escreveu:

Queimem a literatura brasileira de uma vez. Tem tão pouca coisa boa (apesar de ótima) no meio de tanto lixo que nem vale a pena ficar separando.

Cara, claro que não. A gente tem coisas excelentes, eu diria, que em nível beeeeeeem maior do que as porcarias. Só que é o caso da má divulgação. Se fala de alguns clássicos, e fica nisso. Daí as porcarias dominam, e como fazem sucesso lá fora, tipo o Paulo Coelho, se cria este mito. Procure melhor que você vai achar livros do caralho.

Uma recomendação nacional então, e que poucos conhecem.

Clube dos Corações Solitários
André Takeda

O personagem principal, Spit, é um jornalista com seus 20 e poucos anos que tomou o maior fora da namorada. Deprimido, por considerá-la a mulher da sua vida, Spit já não consegue mais trabalhar direito no jornal em que está empregado. Deixa a família preocupada. Toma porres homéricos e faz de tudo para tirar Luísa da cabeça. Para sua sorte, conta com quatro grandes amigos que o levam para um verão inesquecível, quando a banda deles sai em turnê pelo litoral. E é o início deste verão que marca uma mudança importante na narrativa. Em meio à música e à bebedeira, Spit se apaixona de novo e esquece Luísa. A partir de então, o livro engata em uma série de acontecimentos que prendem o leitor. Os personagens mudam, Spit passa a arriscar mais em sua vida e reserva boas surpresas aos leitores.

---

Livro ótimo, com inspirações de Nick Hornby e de contos da vida real de Porto Alegre.

Se alguém se interessar, como tenho duas cópias do livro, posso enviar uma de graça.
Tá a fim Zaa? Se curtires, te dou outras indicações para você ter vergonha de seu último post.

Fly, eu falei brincando! Talvez tenha sido uma piada tonta, mas foi por que estou com ressaca de José de Alencar (este sim um saco). De Brasil eu gosto especialmente das Crônicas dos nossos autores. E temos uma ótima literatura infantil.

Divulgação, e uma renovação na Academia Brasileira de Letras. Acho que ela é uma das grandes culpadas deste pessimismo que rola com a nossa literatura. Como eu disse, divulgam meia dúzia de clássicos, e deixam um espaço para os oportunistas com livros ruins aparecerem.

Poxa, precisamos de divulgação da literatura moderna nossa também. E da boa.

Uma coisa que me emputece são os livros de vestibular. Eles pegam 2 clássicos MEGA COMPLICADOS, e completam o resto dos livros exigidos com livros regionais, sem checar a qualidade, só pelo simples fato de "Eles são da nossa região". Ok, podem pegar gente da região, mas selecionem bons livros, por favor!

O vestibular poderia ser uma boa forma de encantar novos leitores, mas eles fazem questão de colocar coisas para um público que não está preparado, e daí só afasta quem já não gosta de ler, e muitos que gostam, e poderiam ter mais potencial, acabam criando um preconceito com o que leram.

A piada ficou meio trouxa...

Não tinha entendido...heheheh

OO problema tbm passa pelo preço dos livros... Ja trabalhei em Bienal e compro muitos livros... E cara, e impossivel... Chega ao cumulo do ou vc lê ou vc come...

Os livros estão cada vez mais caro... Dia desses conversava com a Mariana Zahar uma das donas da Jorge Zahar Editora e ela disse que fica muito mais barto comprar um livro fora e pagar a taxa de entrega do que comprar o livro numa livraria brasileira...

Isso sim é um absurdo!!!!

Zaa escreveu:

Fly, eu falei brincando! Talvez tenha sido uma piada tonta, mas foi por que estou com ressaca de José de Alencar (este sim um saco). De Brasil eu gosto especialmente das Crônicas dos nossos autores. E temos uma ótima literatura infantil.

Coleção Vagalume me fez uma pessoa mais feliz!

José de Alencar é cansativo, fato!

Cara, leia Dom Casmurro do Machadão, eita livro maravilhoso. Uma curiosidade, o Woody Allen ganhou uma cópia deste livro em Inglês, se apaixonou, e encomendou a coleção completa do Machado em Inglês, e em Português, pois um dia quer reler tudo na língua original.

Do Machado na verdade, só não gosto do Memórias Póstumas, que na verdade maior ainda, preciso urgentemente reler. Devo ter lido em momento não adequado, pois não acho possível que um cara tão bom, tenha como o seu considerado melhor livro, ter algo tão fraco quanto eu achei na época, a ponto de não conseguir de jeito nenhum chegar até o fim.

Dois livros nacionais que estou de olho são Os Maias do Eça de Queirós, por recomendação do Selton Mello, que já peguei outras indicações muito boas em entrevistas com o cara, e Lavoura Arcaica do Raduan Nassar, pois o filme é o melhor filme nacional para mim, e um dos 5 melhores filmes em geral também.[/quote]

Mas os livros de bolso não acabam sendo uma solução? Estão relançando obras que estavam esgotadas a anos neste formato. E sai diversos clássicos. E até alguns não tão clássicos assim, mas que de fato, merecem uma leitura.

E os sebos também são uma ótima opção.

Minha visão sobre o problema da leitura é o seguinte. Os pais não lêem, os filhos menos ainda.

Se você é filho pais que lêem, tem aquela fase da vida que vais achar teus familiares um máximo, quando és pequeno. Vais ver tipo, teu pai lendo, e vais querer imitar. Vais assim, ganhando um gosto pela leitura. Daí mais tarde, mesmo que você vire um adolescente rebelde, que quer ir contra tudo e todos, o que tu já tem gosto, não vais abandonar por capricho, e o hábito da leitura será seu.

Pais deveriam ler mesmo que não gostem muito. Pais são os maiores exemplos, principalmente quando a criança é pequena. Não só no campo da leitura, mas mostrando coisas legais, e fazendo os pequenos se interessar, é quase garantido filhos bacanas quando crescerem.

Burn a book, save a tree.
Hitler escreveu um livro.

Sempre rio dessas frases de Postal 2.

Mas agora estou lendo Laços de Ternura , e estou gostando bastante, depois vou começar a ler livros nacionais, começando por o Alienista.

Eu não acho que deveríamos queimar o Minha Luta do Hitler. É um registro histórico relevante de como pensavam e o que pretendiam aqueles homens que quase colocaram o mundo abaixo. É o tipo de coisa que não podemos queimar, pois não podemos esquecer.

E talvez, se um dia outro grupo de mesmos ideais começar a encorpar, poderemos identifica-los bem mais rápido, tendo os registros do passado.

To lendo Harry Potter e O Enigma do Príncipe...tenho guardado as Relíquias da morte pra qnd terminar o enigma...

Zaa, eu não disse que deveríamos queimar o livro do Hitler, simplismente citei duas frases encontradas no jogo Postal 2 quando você encontra os manifestantes que querem queimar a biblioteca, um dos momentos mais divertidos do jogo, perdendo só para quando os terroristas atacam a igreja.

Eu não acho que se deva queimar nenhum livro. Liberdade de expressão, principalmente no meio que mais se adapta a esta filosofia, é fundamental.

vspiger_Espiga escreveu:

Zaa, eu não disse que deveríamos queimar o livro do Hitler, simplismente citei duas frases encontradas no jogo Postal 2 quando você encontra os manifestantes que querem queimar a biblioteca, um dos momentos mais divertidos do jogo, perdendo só para quando os terroristas atacam a igreja.

Ata, é que não tinha entendido isto. Pensei que você estava fazendo sua as palavras do jogo.

|Fly| escreveu:

Mas os livros de bolso não acabam sendo uma solução? Estão relançando obras que estavam esgotadas a anos neste formato. E sai diversos clássicos. E até alguns não tão clássicos assim, mas que de fato, merecem uma leitura.

E os sebos também são uma ótima opção.

Minha visão sobre o problema da leitura é o seguinte. Os pais não lêem, os filhos menos ainda.

Se você é filho pais que lêem, tem aquela fase da vida que vais achar teus familiares um máximo, quando és pequeno. Vais ver tipo, teu pai lendo, e vais querer imitar. Vais assim, ganhando um gosto pela leitura. Daí mais tarde, mesmo que você vire um adolescente rebelde, que quer ir contra tudo e todos, o que tu já tem gosto, não vais abandonar por capricho, e o hábito da leitura será seu.

Pais deveriam ler mesmo que não gostem muito. Pais são os maiores exemplos, principalmente quando a criança é pequena. Não só no campo da leitura, mas mostrando coisas legais, e fazendo os pequenos se interessar, é quase garantido filhos bacanas quando crescerem.

Eu sou um exemplo vivo que os filhos seguem seus proprios caminhos... Meus pais não leem nada...e eu, ao contrario adoro ler...
Realmente as edições de bolso barateiam sim os livros mas mesmo assim existe uma disparidade tremenda entre os preços cobrados no Brasil e noo restante do mundo... Fora isso, os serviços das bibliotecas brasileiras são infinitamente inferiores q outras da Europa, por exemplo. Eu mesma costumo pesquisar muito mais on line na Biblioteca Nacional de Portugal e Espanha do que na Biblioteca Nacional aqui no Rio que é uma verdadeira bagunça...
Outra fator relevante contra a cultura da leitura no brasil são nossos habitos... Quem le aqui e visto como nerd idiota que fica perdendo tempo com coisa inutil... Uma atitude completamente bárbara... Ao contrário de França e de nossa vizinha Argentina onde existe o habito dos Cafés onde pessoas passam horas lendo...

Ou seja, existem muito mais problemas que nossos pais né? Afinal meus pais não são perfeitos... E eu sei q não ler e um defeito grave q resolvi não seguir...

Tenho 14 anos. Certo dia estava no local onde estudo inglês, na sala da recepção esperando dar o horário de minha aula para me direcionar a sala. Como não tinha nada pra fazer, peguei um livro da minha mochila e comecei a ler. Nisto passa um conhecido/quase amigo meu que estava saindo da aula dele, me vê lendo e pergunta:

-Livro da escola? (No colégio onde ambos estudávamos é obrigatório ler um livro da bibliteca deles a cada 15 dias para deposi escrever um resumo e entragar apr ao professor valendo nota).

-Não, to lendo por que to gostando deste livro mesmo. (Respondo eu).

-Ta zoando... (Disse ele).

-Não cara, é serio, é um livro muito bom mesmo. (Eu).

- É serio que você lê por que quer? Sem ninguém mandar? (Ele).

-É! (Insisto).

- Estranho cara. Que saco. (conclui ele).

Ler é motivo para te acharem "estranho"...

Eu disse que os pais são um deles. Tens que concordar em partes comigo, crianças gostam de imitar os pais, e isso é uma das portas da leitura. Comigo e com muitos amigos que curtem ler, foi assim. Mas como leitura não é um hábito que se adquire só imitando alguém, é lógico que outros milhares vão começar a gostar de ler por outros diversos motivos. Só acho que se os pais lessem mais, teriamos muitos mais leitores. Seria uma evolução sem igual.

As bibliotecas estão pouco a pouco melhorando. Aqui no Sul pelo menos, já noto um aumento fantástico na qualidade, principalmente no Rio Grande e no Paraná. Aqui em SC como sempre acabamos sendo o primo pobre do Sul...

A questão dos hábitos acho que está mudando também. A venda de livros aumentou um monte. E hoje em dia não vejo mais pessoas pegando no pé de quem gosta de ler. Na verdade, vejo alguns casos até de admiração por quem gosta de ler, das pessoas que não conseguem pegar o hábito. Só os babacas ainda tem mentalidade de "Idiota, tá lendo". As pessoas hoje em dia lêem nem que sejam revistas.

Claro, temos muitos problemas ainda. Mas todos os países tem seus problemas. O nosso principal é de cultura, e de fácil acesso (pois sou defensor que um dos pilares mais importantes, mesmo que a primeira vista não, é a cultura de um país). Mas fico feliz em sermos bem melhor na questão de Saúde do que os EUA por exemplo. Ou na questão de empregos, do que a África como um todo. Ou na questão de moradia, do que a China por exemplo. Ou na questão economica, como diversos países que estão em crise.

Falasses do problema, vamos discutir agora idéias para melhorar a questão "leitura"? O que achas que pode ser feito, tanto em questão do acesso, quanto na questão de criar hábito nas pessoas.

Mas Zaa, vai que o cara achou estranho estares lendo, e isso vai criar um questionamento dele, e sei lá, este fato seja um grão de areia em um futuro muro de uma idéia "Vou tentar ler por prazer".

Não conheço o cara, e sim, ficou romântico o que eu disse. Mas sei lá, melhor te achar estranho, do que vir bater no teu livro, como anos atrás.

Acho que estamos realmente evoluindo na questão leitura. Não é para menos que um dos negócios que mais tem lucros nos Brasil, segundo a Exame, são as livrarias que contam com lugar para você ficar lendo dentro dela, seja almofadas, seja um café.

|Fly| escreveu:

Mas Zaa, vai que o cara achou estranho estares lendo, e isso vai criar um questionamento dele, e sei lá, este fato seja um grão de areia em um futuro muro de uma idéia "Vou tentar ler por prazer".

Não conheço o cara, e sim, ficou romântico o que eu disse. Mas sei lá, melhor te achar estranho, do que vir bater no teu livro, como anos atrás.

Acho que estamos realmente evoluindo na questão leitura. Não é para menos que um dos negócios que mais tem lucros nos Brasil, segundo a Exame, são as livrarias que contam com lugar para você ficar lendo dentro dela, seja almofadas, seja um café.

Fly, o cara não ficou me atrapalhando por que já me conhecia e tinha um certo grau e coleguismo. E serio, nos dias de hoje, onde é cada vez mais facil arranjar um livro, nem que seja um e-book, quando é facil se saber o que é bom, quando nos estamos as portas de sermos uma potência. Um cara de classe media, que deveria ser a classe intelectual (na verdade TODAS deveriam ser, só que a primeira normalmente é esta) achar outro cara estranho por ler? É cabível?